FITOTERAPIA NA APS: USO DA ERVA-BALEEIRA COMO COMPLEMENTO AO CUIDADO NO PORTADOR DE DOR CRÔNICA

Relato nº:007974


UF/Município:

SC - FLORIANOPOLIS

Autor:

IVANETE DA ROSA ALVES BIGNES


Data da Experiência:

15/10/2021


Linha Temática:

1.4 - Uso das Práticas Integrativas e Complementares.


Local da Experiência:

Unidade Básica de Saúde


Título da Experiência:

FITOTERAPIA NA APS: USO DA ERVA-BALEEIRA COMO COMPLEMENTO AO CUIDADO NO PORTADOR DE DOR CRÔNICA


Contextualização:

Originária do Brasil, a erva-baleeira é uma planta medicinal arbustiva, amplamente distribuída no Brasil (Miller & Gottschling, 2007; Lorenzi & Matos, 2008). Está presente na mata atlântica, regiões baixas da Amazônia (Lorenzi, et al., 2003), cerrado e caatinga (Mendes et al, 2015). Suas propriedades medicinais estão atribuídas ao óleo essencial presente nas folhas. Consta em diferentes listas oficiais do Ministério da Saúde no Brasil, sendo utilizada na preparação de medicamentos fitoterápicos e/ou drogas vegetais industrializadas (Carvalho et al., 2008; Renisus, 2009). .Tradicionalmente usada na medicina popular dos caiçaras brasileiros como cicatrizante e, principalmente, como anti-inflamatório natural no tratamento de artrites, contusões, dor muscular, reumatismo etc.. Assim, o uso das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) como terapêutica potencializadora do cuidado desempenham um papel importante e podem contribuir no tratamento de pacientes com dores crônicas.


Objetivos:

Relatar como o uso da fitoterapia eduziu a queixa principal nos pacientes portadores de dor crônica de quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) no município de Florianópolis -SC.


Metodologia:

Trata-se de um relato de experiência iniciado em 15 de outubro de 2021, com aplicação da fitoterapia em pacientes da Atenção Primária com diagnóstico de dor crônica. Foi realizada a aplicação da fitoterapia em quatro Centros de Saúde do município de Florianópolis. A produção foi realizada no Centro de Saúde de Coqueiros que possui um horto comunitário. A solução também conhecida popularmente como ¿garrafada¿ é composta das folhas da erva-baleeira, água e álcool. A solução de erva-baleeira foi utilizada com o uso tópico em pacientes com dores crônicas após a avaliação fisioterapêutica inicial. Muitos autores têm apontado o uso da biodiversidade nativa em sistemas de produção, aumentando a resiliência e a sustentabilidade dos agroecossistemas (Altieri, 1999; Oliveira Jr. et al. 2018). Assim, a espécie é indicada para a produção na atenção primária, apresentando-se como uma boa opção em Unidades Básicas de Saúde com população em vulnerabilidade socioeconômica em seu território.


Resultados:

Devido à ampla distribuição geográfica da erva-baleeira e de seu uso terapêutico pela medicina popular, diversos outros nomes são também utilizados para ela: camarinha, camarona, balieira-cambará, erva-preta, catinga-preta, salicina, pimenteira, catinga-de-barão, maria milagrosa, maria-preta, camaroneira-do-brejo. Porém, o nome mais utilizado é mesmo erva baleeira (Hartwig, 2021). Em nossa experiência foram realizadas entregas periódicas de solução de erva-baleeira, sendo a primeira em avaliação fisioterapêutica inicial na atenção primária, como continuidade do tratamento. A prática visou contribuir com a redução do quadro álgico, melhora dos sintomas físicos e promoção da saúde. O uso e disponibilização de uma solução anti-inflamatória natural proporcionou redução nas queixas principais e secundárias de muitos pacientes portadores de dores crônicas. Além de boa aceitação do fitoterápico comprovada pela procura dos pacientes em retornos na unidade de saúde.


Considerações Finais:

O uso da fitoterapia visou contribuir com a melhora do estado de saúde dos pacientes. A fitoterapia foi percebida como benéfica além de viável economicamente. A terapia tem potencial para contribuir no tratamento e melhora da dor crônica no nível da atenção básica. Os estudos sobre fitotecnia e produção envolvendo as plantas nativas ainda são moderados perante o universo de possibilidades.


Coautor:

Luís Rafaeli Coutinho

Lucimar Pires de Moraes


Participantes:

Ivanete da Rosa Alves Bignes Luís Rafaeli Coutinho Lucimar Pires de Moraes Maria Carolina Spek do Canto



Mais informações?

Acesso ao site da Iniciativa: https://bit.ly/APSForteCovid
Para entrar em contato com a comissão organizadora, mande um e-mail para apsforte@saude.gov.br.